A segunda revolução biomédica coloca em questão a sociedade humana em sua totalidade na medida em que outorga ao homem o domínio de três sistemas fundamentais, o da reprodução, o da genética e o do sistema nervoso. Os novos ensaio experimentais vão além da proteção ou do restabelecimento da saúde e levam a questionar as novas técnicas enquanto são capazes de modificar a evolução das espécies, ainda mais, de modificar a humanidade enquanto espécie.
Não se pretende postular um programa simplesmente de controle da "ciência", nem de alimentar dúvidas recíprocas criando uma interminável discussão a respeito do progresso científico. Para avançar em direção de uma real solução do problema e uma cooperação entre a cultura científica e dos valores humanos, é necessário transformar a pesquisa sobre o homem em pesquisa com o homem. Em que medida a pesquisa médica pode considerar novas alianças entre as tarefas científicas e as demandas humanas? Urge criar uma "comunidade científica ampliada" que permita aos novos atores sociais uma apropriação coletiva dos saberes.